Descrição
Ao longo de nossa existência nesta terra, convivemos com situações em que somos tocados pela morte física, interrupção cruel da vida daqueles a quem amamos… E bem sabemos que não é fácil nos acostumarmos com a separação definitiva, sobretudo de um ente que amamos.
É natural que fiquemos tristes, abalados, fragilizados pela sua partida e por eles deixarem de estar fisicamente presentes a nosso lado.
A nossa fé convida-os, no entanto, a ver na morte um acontecimento que ilumina toda a vida e também pode ser salutar como nos exorta o autor sagrado: “Em todas as tuas ações pensa no fim, e nunca pecarás” (Eclo 7, 36). E, ainda, nos convida ter a certeza de que os “amigos” não são aniquilados: apenas encontram essa vida definitiva, longe da debilidade e da finitude humana. Embora signifique aniquilamento e perda, a morte, para o cristão, paradoxalmente, também significa ganho. Paulo diz: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e morrer é lucro” (Fl 1,21).
A Igreja não hesita em convidar-nos à sua meditação, precisamente para que esse momento não nos encontre desprevenidos. Neste sentido, nos aconselha o autor sagrado: “É melhor ir a uma casa onde há luto do que ir a uma casa onde se faz festa, pois aquele é o fim de todo homem e faz, desse modo, quem está vivo refletir” (Ecle 7,2).
A ideia deste opúsculo nasceu, sobretudo, a partir das minhas inúmeras realizações de exéquias (encomendações de corpo presente de falecidos), Missas de 7º dia, bem como minhas visitas às famílias enlutadas com a perda de algum ente amado.
Desejando ajudar os enlutados a encararem a morte com serenidade, esperança e fé, embora assaltados por muitas interrogações nos seus corações, resolvi escrever as modestas páginas seguintes, unindo-me humildemente ao mesmo desejo de Paulo, apóstolo: “Em relação aos defuntos, quero que não continueis na ignorância, para que não vos aflijais como os outros que não têm fé” (1 Ts 4,13; cf. Jo16, 20,22). Pois, “as almas dos justos estão nas mãos de Deus – diz a Escritura, nenhum tormento os tocará” (Sb 3,1).
Consolem-se, pois, uns aos outros com essas palavras (cf. 1 Ts 4,18).
16 páginas
14x21cm