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“Jesus, eu confio em vós” 

O Domingo da Divina Misericórdia foi instituído pelo Papa São João Paulo II, no ano 2000, ano jubilar em toda a Igreja e por ocasião da canonização de uma religiosa polonesa da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, a irmã Maria Faustina Kowalska, que teria recebido a revelação da imagem da Divina Misericórdia. Ela é considerada apóstola da Divina Misericórdia.  

Desde o ano 2000, o Papa São João Paulo II publicou um decreto para que as paróquias e comunidades seguissem e passassem a celebrar no segundo domingo da Páscoa, a festa da Divina Misericórdia. Ao longo de todo o ano, sempre às 15h, os fiéis rezam o conhecido terço da misericórdia, pedindo proteção e perdão dos pecados à Divina Misericórdia. Igualmente, no ano 2000, o Papa São João Paulo II acrescentou os mistérios luminosos ao santo Rosário.  

Ao instituir a festa da Divina Misericórdia, o Papa São João Paulo II atende um pedido do próprio Cristo, que no ano de 1931, entre a primeira e a segunda guerra mundial, confiou à irmã Faustina o desejo que o segundo domingo da Páscoa fosse dedicado à Divina Misericórdia. O intuito da celebração da Divina Misericórdia era tornar conhecida a misericórdia de Deus à humanidade e mostrar aos homens que Deus é misericordioso.  

Jesus diz à irmã Faustina: “Desejo que o primeiro domingo depois da Páscoa seja a Festa da Misericórdia. Nesse dia, os sacerdotes devem falar às almas desta minha grande e insondável misericórdia”. Os sacerdotes são portadores da Divina Misericórdia, ao aproximarem-se do confessionário, os fiéis experimentam essa Divina Misericórdia. Vivemos em um tempo em que as pessoas esqueceram da misericórdia de Deus e precisam novamente ter essa experiência.  

O Domingo da Misericórdia deveria ser uma grande ação de graças, pois no período quaresmal experimentamos essa Misericórdia Divina por meio do sacramento da reconciliação, por isso, o Domingo da Misericórdia deveria ser uma ação de graças pelo perdão recebido. As pessoas precisam experimentar e viver mais a Misericórdia Divina.  

Na ocasião de sua aparição à Santa Faustina, Jesus misericordioso diz a ela que aos fiéis que se confessassem no Domingo da Misericórdia e recebessem a eucaristia seria concedida indulgência plenária, ou seja, seriam perdoados todos os pecados. Além disso, para receber a indulgência plenária, é necessário rezar pelo Papa e pela Igreja, visitar algum enfermo ou doente e praticar obras de caridade.  

Irmãos e irmãs, a intenção última de Deus é salvar o ser humano, em nenhum momento é condenar ou castigar, mas salvar. Por isso, enviou o seu filho para nos salvar morrendo na Cruz e, após a ressurreição, Jesus nos deixa o Espírito Santo, que conduz e guia a Igreja e, por meio do Espírito Santo, somos libertos de todo o pecado. Por meio do Espírito Santo, temos acesso à Divina Misericórdia.  

“Jesus eu confio em vós”. Esta é a jaculatória ou prece que usamos para professar a nossa fé em Jesus misericordioso, Ele nos apresenta as suas santas chagas e, por meio dessas santas chagas, somos salvos. São Tomé, no Evangelho da Divina Misericórdia, toca nas santas chagas de Jesus e faz uma bela profissão de fé: “Meu Senhor e meu Deus”. Ele acredita que por meio das chagas de Jesus seria salvo. Repitamos sempre como São Tomé, no momento da Eucaristia: “Meu Senhor e meu Deus, eu creio, mas aumentai a minha fé”.  

No livro do diário de Santa Faustina está escrito que Jesus disse a ela: “A humanidade não encontrará paz, enquanto não tiver confiança na misericórdia divina”. Podemos observar que esse texto é bem atual, pois a humanidade está sedenta de paz. Muitas pessoas se encontram afastadas da Igreja, ou “sem fé”, por isso, não experimentam a misericórdia divina. Peçamos a Jesus misericordioso nessa festa da Divina Misericórdia muita paz para humanidade e que as pessoas busquem a misericórdia divina.  

No sermão da montanha em Mateus, capítulo cinco, Jesus diz: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!”. Podemos dizer também: bem-aventurados aqueles que promovem a paz, pois semearão a paz. Semear a paz é ser misericordioso para com o próximo e semeando a paz entre nós, alcançaremos de Deus o perdão dos pecados.  

Irmãos e irmãs, em suma, podemos entender que o Domingo da Misericórdia é uma grande fonte de graças para todos nós, um especial Kairós, ou seja, nesse Domingo da Misericórdia o Espírito Santo age para que tudo se faça novo. É um tempo oportuno para o encontro com Cristo que abarca a sua misericórdia sobre todos nós.  

Peçamos uma graça a Deus para que muitos corações se convertam e busquem a Misericórdia Divina. O tempo pascal é um tempo de festa e alegria, e com certeza Deus se alegrará com quem buscá-lo de coração sincero. O tempo da Páscoa é propício para buscar uma vida nova, que muitas pessoas possam se aproximar do sacramento da confissão e buscar a Misericórdia de Deus.  

Celebremos com alegria a festa da Divina Misericórdia e que possamos experimentar esse tempo de graças. Que possamos sempre repetir, junto com Santa Faustina, “Jesus, eu confio em vós”. Amém.  

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ) 

Fonte: CNBB