
Consciência Negra
Respeito é um desafio que nos interpela para viver o verdadeiro amor a Deus e ao próximo.
O DIA NACIONAL da Consciência Negra nos remete, por um lado, a um passado que nos envergonha, pois traz à memória toda a atrocidade que significou a escravidão em nosso país e o fim trágico de muitos que a ela se opunham, como o líder Zumbi. Por outro lado, 20 de novembro, é a prova concreta de que a vitória se faz com perseverança, coragem, esperança e fé.
FELIZMENTE, houve pessoas de bom senso que gritaram contra a cruel e desumana escravidão. Dentro da própria comunidade negra, surgiram heróis, como Zumbi, que decidiram acabar com aquele horror, ainda que com isso tivessem de pagar com a própria vida. Por isso, Zumbi é exemplo de um homem de resistência negra ao escravismo e amante da luta pela liberdade.
UMA NAÇÃO só será socialmente justa quando todos seus habitantes forem tratados com igualdade. Isso significa garantir os mesmos direitos a todos e oferecer idênticas possibilidades de acesso à educação, à saúde, ao emprego, à vida digna e com qualidade. É isso que o Papa Francisco nos pede na encíclica “Fratelli Tutti”, porque somos todos irmão e irmãs.
“ESTES brasileiros de origem africana, merecem, tem direito e podem, com razão pedir e esperar o máximo respeito aos traços fundamentais da sua cultura”. (O Papa João Paulo II, na sua visita ao Brasil, em 1997). Respeito é um desafio que nos interpela para viver o verdadeiro amor a Deus e ao próximo. E até que não tomemos todos consciência de que os seres humanos, de todas as raças, são iguais em direitos, deveres e dignidade, celebremos o Dia da Consciência Negra.
Dom Itamar Vian
Arcebispo Emérito
di.vianfs@ig.com.br